
A segurança energética é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento de qualquer região. Em Mato Grosso, estado marcado por longos períodos de estiagem e uma vasta área de vegetação, esse conceito está intrinsecamente ligado à luta contra um dos maiores desafios do setor elétrico: as queimadas. Longe de serem apenas um problema ambiental, as queimadas representam uma ameaça direta à infraestrutura de redes elétricas e, por consequência, à continuidade e qualidade do serviço de distribuição de energia. Para as concessionárias e profissionais do setor, a prevenção e o combate ao fogo são, portanto, um pilar operacional e estratégico essencial.
As queimadas, sejam elas acidentais ou criminosas, causam danos catastróficos. O calor intenso e a fumaça carregada de partículas ionizadas podem derreter cabos, danificar isoladores e provocar a queima de postes e transformadores. Esses incidentes não apenas comprometem a integridade física da rede, mas também desencadeiam desligamentos automáticos que resultam em interrupções no fornecimento de energia para milhares de consumidores, afetando desde residências até indústrias e serviços essenciais.
Tais interrupções têm um impacto direto e negativo nos indicadores de desempenho de distribuição de energia, como o DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e o FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora). A elevação desses índices, por sua vez, sinaliza uma piora na qualidade do serviço e pode levar a sanções regulatórias. Para uma concessionária que em alguns períodos do ano, opera em situações sujeitas a queimadas, a manutenção de bons resultados nesses indicadores depende diretamente de uma gestão eficaz dos riscos ambientais.
Nesse contexto, a aplicação de decretos estaduais que institui períodos de proibição do uso de fogo para controle de vegetação torna-se uma aliada crucial. O rigor da lei, com multas e penalidades para os infratores, reforça a necessidade de conscientização e fiscalização. No entanto, a responsabilidade não recai apenas sobre as autoridades. As empresas do setor elétrico devem fazer a sua parte, investindo em manutenção preventiva, como a roçada de faixas de servidão, a criação de aceiros e o uso de tecnologias de monitoramento, como drones e imagens de satélite, para identificar e atuar sobre os focos de incêndio em tempo real.
Em conclusão, a prevenção de queimadas é muito mais do que uma preocupação ambiental: é uma atividade de manutenção estratégica que sustenta a estabilidade de todo o setor elétrico em Mato Grosso. Ao investir em ações de prevenção, as empresas de energia não apenas protegem seus próprios ativos, mas também garantem a continuidade e a qualidade do fornecimento de energia, reforçando a confiança e a segurança para a população e para a economia da região. A colaboração entre o setor público, as empresas e a sociedade são fundamentais para garantir um futuro mais seguro e resiliente para a distribuição de energia em um dos estados mais estratégicos do Brasil.